terça-feira, 12 de abril de 2011

A DROGA DA CORRUPÇÃO


O BRASIL

Nos últimos tempos, as notícias sobre corrupção têm aumentado muito no Brasil. Há até quem afirme não ser mais a honestidade uma característica da maioria das pessoas, mas uma exceção praticada por alguns.
O Brasil está em 45º lugar no ranking da corrupção, numa pesquisa feita em 99 países, ao lado do Malawi, Zimbabue e Marrocos, segundo relatório divulgado pela Transparência Internacional. A nota de classificação não permite “passar no exame”, explicou Fernando Antunes, membro do comitê da Transparência Brasil.
No alto do ranking, como “países menos corruptos”, estão Dinamarca, Finlândia, Nova Zelândia e Suécia. No último lugar ficou a República dos Camarões. Entre os latino-americanos, o melhor colocado é o Chile (19º), seguido de Costa Rica (32º).

CRUEL

A corrupção é tão ou até mais cruel que a inflação, pois a roubalheira de dinheiro público atrasa e empobrece os países.
Quando lançou sua cruzada mundial contra a corrupção, o presidente do Banco Mundial, James D. Wolfensohn, comparou a roubalheira pública a um incêndio florestal: “A corrupção muitas vezes não pode ser contida. Mas, sem lhe dar combate, seu poder de destruição não tem limites”.
Em Kuala Lumpur, capital da Malásia, por exemplo, funcionários desonestos embolsam 8 de cada 10 dólares destinados a certos programas de alívio da fome e da mortalidade infantil.
Nas Filipinas, onde o presidente Joseph Estrada foi destituído do cargo por desonestidade, o Banco de Desenvolvimento da Ásia (ADB) calcula que um terço dos recursos era desviado pelos corruptos.

CONSEQÜÊNCIAS

O economista Marcos F. Gonçalves da Silva afirma: “O que o corrupto rouba é medido em milhões. O custo da corrupção é de bilhões. O que custa é o número de crianças que morreram devido ao fato de que a verba do leite foi extraviada.
O que custa é o que você deixou de crescer devido ao fato de que recursos econômicos deixaram de ser investidos em atividades produtivas. Literalmente, corrupção mata. Nosso código penal, no que diz respeito a crimes contra o patrimônio público, precisa se tornar muito mais rigoroso. É um crime muito grave”.
O efeito econômico da corrupção é devastador. Uma pesquisa feita por Cheryl Gray, diretora do setor de redução de pobreza do Banco Mundial, e Daniel Kaufmann, especializado no fenômeno da roubalheira de dinheiro público, apontou algumas conseqüências da corrupção:
• Há um aumento na incerteza dos agentes econômicos. Isso provoca redução nos investimentos internos e externos.
• Surgem distorções no estabelecimento de prioridades. A corrupção está quase sempre por trás dos gastos militares de alta tecnologia feitos por nações miseráveis da Ásia e da África, dinheiro que poderia estar sendo aplicado na construção de hospitais.
• As menores empresas sofrem mais. A corrupção tende a favorecer os cartéis e as grandes corporações, que podem pagar propina a legisladores e funcionários corruptos para defender seus interesses.
• Em países em que a corrupção é mais grave, pessoas pobres chegam a gastar a maior parcela de seu orçamento familiar pagando gratificações para conseguir um atendimento qualquer, especialmente da polícia e de serviços de saúde.
• Entre 1989 e 1998, os países que apresentaram maior queda no PIB, ou seja, nos quais a economia encolheu, foram justamente os campeões mundiais da corrupção.
CÍRCULO VICIOSO

Percebe-se que a corrupção é um círculo vicioso, que penaliza os mais pobres, que ficam sem educação, transporte e saúde de qualidade.
A corrupção é um dos mais perversos impostos já concebidos. A inflação galopante tirava dinheiro dos pobres e o concentrava nas mãos dos ricos. A corrupção tem um resultado muito semelhante. Ela desvia parte do dinheiro destinado aos mais desvalidos habitantes de um país. A riqueza fica com os gatos gordos, os funcionários e intermediários desonestos.
Geralmente, o corrupto é uma pessoa bem quista, alguém que circula com desenvoltura nas colunas sociais, políticas e empresariais. Alguém que patrocina festas filantrópicas e campanhas políticas, que recebe títulos de cidadão honorário concedido pelas câmaras de vereadores. Enfim, alguém acima de qualquer suspeita, até porque não deixa rastros. O suspeito de corrupção é sempre íntimo do poder, às vezes até o integra.

POLÍTICOS

Quando se trata sobre este assunto, a gritaria é geral. Todo mundo se queixa dos políticos corruptos e passa até a maldizer a política que, para muitos, se tornou sinônimo de corrupção. Mas, então, se todos os detestam, por que parece impossível acabar com eles?


Uma coisa é certa: Nenhum deles ganhou na loteria seu cargo de prefeito, vereador, deputado ou governador. Não se sabe também de ninguém que esteja nessas funções e que tenha ali caído de pára-quedas. Estão ali porque foram eleitos. Noutras palavras, a culpa de termos corruptos no executivo ou no legislativo é também dos eleitores. Os eleitores que os amaldiçoam, são os mesmos que os elegeram, ou pior ainda, os reelegeram.

O QUE ACONTECERIA SE A CORRUPÇÃO FOSSE REDUZIDA À METADE?

  • MORTALIDADE INFANTIL
Redução de 51%. No Brasil, onde 44 em cada 1000 crianças morrem antes dos 5 anos de idade, isso representaria esperança de vida para mais 22 crianças. 

  • DESIGUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

Redução de 54%

  • PORCENTAGEM DA POPULAÇÃO QUE VIVE COM MENOS DE 2 DÓLARES POR DIA
Queda de 45%. No Brasil, isso tiraria da pobreza 32 milhões de pessoas.
Fonte: Banco Mundial

 http://www.pime.org.br/missaojovem/mjeducdroga.htm
 
Fonte: www.mobilizadores.blogspot.com